quarta-feira, 14 de setembro de 2011

montagnes

Do alto eu vejo o mundo. Vejo infinitas montanhas até onde a visão alcança, infinitas barreiras. O mundo não me vê. No topo se vê tudo, mas é impossível enxergar o que está no alto. Vulnerável, me escondo. Mas, me escondo do que não se pode ver. Escondo-me da única pessoa que é impossível esconder.
Tudo parece pequeno, insignificante. Mas não é. O que parece pequeno, quando visto de perto é amedrontador, é grande o suficiente para destruir. Olho pro alto e vejo uma imensidão que preocupa. O céu me deixa atordoada, ele também pode me esmagar. Vulnerável a tudo, sob qualquer ponto de vista.
Olho então para dentro, mas não entendo. Um turbilhão de idéias e pensamentos que não me permite compreender. Perdida na confusão da existência. Na confusão das idéias. E pior, perdida na confusão do querer. Eu quero, mas não posso querer. Seria demais querer o impossível? Será mesmo que existe "impossível"?
Quando eu era criança queria o mundo. Hoje ainda quero, mas de uma forma diferente. O que quero é a liberdade que só o mundo pode me dar. É uma liberdade que vai além da minha compreensão, quero asas que me levem onde nunca imaginei chegar. Mas não é a liberdade da solidão. Seria algo como a liberdade da existência, livre de julgamentos, de tudo que me impede de ser.
A montanha do inicio não é física. Não existe uma barreira que impeça o mundo de me ver. Eu sou a montanha, nada do que se vê sou eu. A verdade é que sinto demais para deixar que o mundo veja. Criamos um “eu” que mostra o que queremos, mas só quem realmente consegue transpor a barreira e chegar ao real encontra a verdade que existe em nós. 
Covardes é o que somos. Tão covardes que preferimos esquecer, deixar tudo que parece desafiador de lado. Não viver pelo medo do fim. Mas independente de qualquer fator interno ou externo, tudo chegará ao fim. E o fim é um só para todos. O fim vem com o ultimo suspiro, pelo menos o fim físico, aquele do qual é impossível fugir e se esconder. Quando este dia chegar, quero a leveza de ter existido sem nenhum arrependimento. 

Rebele Fleur

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