segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Você errou...


Megalomania, orgulho, ignorância. Excesso de boa vontade, paixão, profissionalismo com amadorismo exacerbado. Será possível tanta bipolaridade em um presidente?
Por: Paulo Felipe Mangerotti

Alexandre Kalil, começo meu texto afirmando – você errou. Não julgo suas intenções ou esforços, esses, parecem inquestionáveis. Mas não são justificáveis. Ninguem está aqui para o quão você quis, ou o quão atleticano você é, porém, reitero, você errou.

Sabe quando errou? Errou ao acreditar que futebol é matemática simples. Contratar bons jogadores + boa estrutura = resultado. Não, não... Isso é futebol, o esporte mais espetacular do universo, e certamente, um dos mais injustos. Veja bem, preste atenção. Você é presidente do Clube Atlético Mineiro, certo? Não é questão de mística, zica, crenças ou superstições, lhe faço uma constatação histórica, voltada à história do Galo.

Primeiro, te dou um desafio, liste os maiores ídolos do Galo. Certamente virão nomes como: Dadá, Reinaldo, Éder, Cerezo, Luizinho, Mário de Castro, Said, Jairo, Zé do Monte, Kafunga, João Leite, Paulo Isidoro... E peço perdão pelos vários nomes que me esqueci. Mas o que não esqueço, é a semelhança entre todos os nomes, sabe qual? Identificação, criação no Atlético. Sim, somos um time de tradição reveladora de craques, grandes jogadores, esses, são 70% pelo menos dos que marcam nossa história, os aqui criados.

Lembro com repúdio dos diversos nomes da Selegalo, que aqui nem merecem ser citados, de alguns dos infelizes mais recentes como Diego Souza. Claro, existem exceções. A dupla que mais deu alegria aos atleticanos nos últimos anos – Marques e Guilherme. Não, eles não foram criados por aqui. Mas tinha algo de diferente ali. Identificação, raça, companherismo, disposição. Outro, que ainda nos fez ter esperança, dar sorrisos e crer no impossível, foi Diego Tardelli, esse viu o que é jogar no Galo, e como é ser reconhecido se fizer o que humildemente pedimos, raça, amor a camisa, e claro, gols, muitos gols.

O Atlético, não é o Cruzeiro. Estranha afirmação. Porém, verdadeira, e necessária da vossa excelência compreender. O Galo não ganha um título em amplitude nacional desde 1971. Em dimensão internacional, desde 1997. O clube vem se regando de títulos mineiros, que recentemente, ainda viraram certa raridade, visto que dos 10 últimos disputados, ganhamos apenas dois, enquanto nosso maior rival, seis. Isso, levando em conta que mesmo com esses números absurdos duma década a ser esquecida, o Galo ainda é o maior campeão estadual, com 40 títulos contra 36 do Cruzeiro.

Tenho um pensamento óbvio, o Atlético precisa voltar a ser campeão. Veja bem, voltar a ser campeão não significa ganhar o campeonato mineiro, ou apenas uma taça, é readquirir respeito, vontade dos jogadores de virem jogar aqui, não por dinheiro, mas por vontade de estar num clube grande, que almeja coisas grandes. Não se iluda. O Atlético no panorama atual, apenas com algum milagre conseguirá ingressar na libertadores por meio do campeonato Brasileiro. Não digo isso para esse ano, mas refletindo no que foram anos passados e no que vejo os anos futuros. O time precisa de um título urgente, precisa começar “por baixo”, que busque nas competições mais fáceis, que não dê vacilo nas Copas do Brasil que atleticanos já não agüentam mais ser iludidos. Que parem de falar que vamos disputar a sulamericana, sendo que todos sabemos que logo seremos eliminados, não daremos prioridade à ela.

Entenda presidente, eu vejo no senhor um cara que tentou, mas realmente, errou. Pior que errar, é não saber admitir o erro com humildade. A política de contratações está errada, PARE de fazer  contratos exagerados, só para que um jogador acima da média venha para cá, afinal, ele não quer, ele quer ir para o São Paulo, Corinthians, Flamengo, Internacional... Mas com essa dinherama toda que você aplica, acabam aqui, e aqui, sem comprometimento, pensam que estão jogando em um time qualquer. É, essa é a visão do Brasil para o Galo hoje, um time qualquer, perdemos o respeito. Agora, é hora da mudança. Vamos torcer para não cair. A Sulamericana certamente já era. E que ano que vem, não se repita o que todo ano tem nesse vinil arranhado.

Um comentário:

  1. Só não concordo que o Marques amou o galo. Foi um dos que puxaram uma crise no meio do ano do rebaixamento por causa de salários atrasados e, assim que o galo foi rebaixado, vazou. Depois ficou aí chorando que nem uma Maria porque foi desligado do elenco... com quase 70 anos de idade e sem jogar porra nenhuma. O resto é verdade. Era favorável a construir uma seleção de base. Aí sim... era a hora de investir. Trazer os melhores jogadores júnior do Brasil.

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