terça-feira, 16 de agosto de 2011

des flux

A maré me aponta a direção e eu remo a seu favor. Vou para onde as águas me levarem, não me darei o trabalho de remar contra. Afinal, se algo tem que dar certo, dará. Deito em meu barco e espero até que atraque em mais um porto. Portos são seguros e tranquilos, não há o risco de naufrágio. Eu vivo pela maré, só o fácil me atrai, só o que está ao meu alcance direto, sem ter que estender meus braços, me limito aos poucos centímetros que me cercam. 
Adoraria ser assim, sem riscos, sem o perigo eminente de perder tudo, mas não sou eu, a rebeldia que se contrasta a doçura pedem mais, muito mais.
Eu só sigo se for contra a maré, sou atraída pelo risco. Não quero portos seguros, eu quero os mares agitados de onde todos os marinheiros fogem. Quando tudo conspira contra eu faço tudo a meu favor. Até a ultima gota eu sigo, vou pelos desertos mais sombrios, pelas estradas mais desertas, tudo que não leve a nada, eu sigo e arrisco, porque sempre há o que ser desvendado. Seguirei contra o fluxo, até que o fluxo me arraste. Então serei como você, alguém que espera. Apenas esperarei.


 Rebele Fleur

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