quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Le vieux est nouveau.

Deitada em minha cama, cortina fechada, tédio invadindo o ambiente, ligo o rádio. Procuro alguma estação que toque algo que não seja pop ao ponto de ensurdecer meus ouvidos. 
Ouço uma velha música em uma estação aleatória. Há tempos não a ouvia. A melodia é doce, me faz relaxar. Se fosse ontem me faria chorar. Mas hoje me alegra, me remete a tempos tão longínquos quanto quando ela tocava incessantemente nesta mesma estação. O som de cada instrumento me toca e apesar de saber toda a letra, sinto como se a ouvisse pela primeira vez. Sensação de um velho que é tão novo quanto a música que estreou ontem.
Em seguida outra música começa, ainda mais antiga, ela não me remete a um tempo, mas a um lugar igualmente longínquo. Lugar este que nunca estive, mas sinto nunca ter saído. Não houve um tempo (em minha longa existência) que a ouvisse no rádio como o hit do momento. Sempre que tocou foi como um clássico, mas poderia jurar que ontem mesmo foi lançada. Seu compositor nem mesmo vivo está, pelo menos não de corpo, porém a musica o deixa vivo, talvez mais vivo do que quando vivia. 
A música para, mas eu não consigo parar. Ouço uma e outra alternadamente, mas elas pararam de tocar no aparelho. Elas tocam em mim,  fecho os olhos e apenas sinto. 
Como se ficassem suspensas, intocadas pelo tempo. Assim como tantas outras que atravessam décadas, séculos e que quando você escuta, ela te toca, te faz sorrir ou chorar. A cada dia uma sensação diferente, que nunca te tocará da mesma forma, porque você irá mudar.
Escolha uma música e sinta.

Rebele Fleur

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